quinta-feira, 10 de março de 2011

EM UM MUNDO PIOR - Estreia 11-03-2011

O extremado Em um mundo melhor se inaugura nos cinemas brasileiros, nesta sexta (11), farto de moralismos que tentam investigar os motivos da violência e relacionar situações dissemelhantes através de lacunas nos ciclos da vida. A produção abocanhou o Globo de Ouro e o Oscar 2011 de Melhor Filme Estrangeiro, mas é enfadonho e professoral ao supor que o males que assolam a amargurada classe média europeia se entrelacem com as tragédias do continente africano.
O artifício de cruzar histórias distintas para estudar o preconceito e as tensões sociais já foi largamente gasto pela trilogia de Iñárritu e pelo ganhador da estatueta dourada de 2006 de Melhor Filme,Crash – no limite. Aparentemente, a Academia não está saciada o suficiente de dramas que buscam tirar o véu das doenças enraizadas e desentupir as mágoas europeias. A Dinamarca deEm um mundo melhor, retratada pela diretora Susanne Bier (Depois do casamento), é um país de gente perturbada e agressiva. Salvo pelo médico paz e amor (no caso, sueco) que passa uma temporada cuidando de doentes em um país da África.Ora, estamos mal acostumados a produções estrangeiras vitoriosas de alto nível dramático e comparar o sublime Segredos dos seus olhos, por exemplo, com o filme de Susanne é concorrência mais do que desigual, é impróprio.
A narrativa não chega a ser lenta, mas a fita não passa nem um terço da complexidade pretendida ao elencar a riqueza do velho continente e o que de mais triste acontece no Terceiro Mundo. De macio, as paisagens, a fotografia e a trilha, mas de áspero, o tom quase conservador que condena até mesmo a internet pelo que acontece de ruim.O argumento é uma rede rasa de choques. Anton é um médico sem fronteiras que trabalha em um campo de refugiados na África. Divide seu tempo entre os dias que passa trabalhando e outros em casa, numa cidade pequena na Dinamarca. Logo após a sua separação, um de seus dois filhos se torna amigo de um menino órfão de mãe, que se mostra descontrolado ao espancar um rapaz da escola que pratica
bullying contra os menores. A situação foge do controle quando os garotos decidem se vingar de um homem que bate em Anton por motivo algum.A vontade ideológica de estabelecer o inverso de uma realidade cor-de-rosa é o grande pecado de Em um mundo melhor. Retrata a solidão, a intolerância e o desgaste das relações, mas não convence no discurso de “vamos tratar a origem da questão” e muito menos quando propõe um final esperançoso.
Fonte:Laboratoriopop
E!teenbr

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