domingo, 24 de abril de 2011

Seriam os games o futuro da publicidade?



A foto que você vê acima foi tirada em novembro de 2007 na capital Seul (Coréia do Sul), quando estive cobrindo um evento de games online chamado GStar (seguramente a E3 Expo dos MMOs, caso você não saiba).
Notou a quantidade de anúncios espalhados em um único prédio? Pois é, na época eu tirei essa foto sem saber nada do que estava escrito nestes banners, neons e cartazes. O que me soava simplesmente como uma imagem exótica de um lugar que nunca imaginava que fosse ver pessoalmente, hoje é a metáfora perfeita de um mercado cada vez mais claro para o meu entendimento: o da publicidade.
Você já parou para pensar o quanto a publicidade é explorada de todas as formas possíveis nos principais suportes de comunicação atual? Não é preciso muitos cliques para você observar na própria internet a infinidade de formatos, tamanhos e formas que os banners virtuais, hotsites ou até mesmo os clássicos pop-ups surgem para heroicamente divulgar um produto, uma empresa, uma marca ou um negócio. Nos jornais, revistas e rádio não é diferente, assim como eu não poderia deixar de citar a televisão. Agências de publicidade disputam diariamente este mercado tão versátil ao mesmo tempo que equipes de marketing vivem em um brainstorm infinito de ideias e formas de atrair da melhor forma possível a atenção dos clientes.
Mas e a publicidade nos games?
Falar de publicidade em jogos eletrônicos até pouco tempo atrás poderia soar alienígena tanto para quem está familiarizado com o mercado (gamers, por exemplo) quanto para quem mal sabia que games já não se resume mais a Tetris, Mario e Pong. Mas esse cenário mudou – e está mudando cada vez mais rápido.
Cada vez mais os jogos eletrônicos provam ser a plataforma ideal no que diz respeito a potencial espaço publicitário. Hoje, a maioria das empresas sabem o quanto um jogo pode ser uma poderosa ferramenta para atrair a atenção de seu possível cliente, ou até mesmo funcionar como canal principal para encontrar o nicho certo da sociedade que pretende atingir. E eu não falo só dos Advergames.
No início deste mês, aconteceu a quinta edição do Ad Age Digital Conference, evento americano focado em discutir o cenário atual da publicidade digital, nas inovações do mercado, em como a tecnologia tem influenciado o consumidor e o que tem contribuído para o sucesso dos diversos profissionais da área de marketing. Um dos profissionais convidados para palestrar neste evento foi ninguém menos que John Riccitiello, CEO da Electronic Arts. O vídeo completo da palestra (em inglês) eu compartilho com você nesta coluna. Mas em resumo John contou o quanto o mercado de games tem se tornado cada vez mais importante no que diz respeito a publicidade.
John afirma que, como profissional de marketing, ele descobriu que seu público-alvo ao longo dos anos simplesmente migrou para os games. Porém, diferente de qualquer outro meio de comunicação, os games definitivamente não disputam a atenção do usuário com mais nada. O chefão da EA explica: “… enquanto os consumidores usam a internet ou seus celulares ao mesmo tempo que assistem TV, os games atraem toda a atenção do jogador. Em nossas pesquisas, descobrimos que as pessoas tendem a não fazer mais nada enquanto estão jogando, o que prova que os jogos eletrônicos têm o poder de atrair toda a atenção do usuário”. Em outras palavras, o termo multitarefa praticamente inexiste enquanto jogamos.
O que isso significa? Que, querendo ou não, os jogos eletrônicos são as ferramentas mais poderosas no que diz respeito a garantir a atenção do usuário e, por tabela, a maior visibilidade da publicidade explorada.
Também não é para menos. Segundo projeções da própria EA, hoje somos mais de 1,5 bilhões de jogadores espalhados no mundo e até o final de 2012 já seremos 3 bilhões.
Ainda assim, o senhor Riccitiello sabe que não é tão simples assim garantir uma boa publicidade em um game de forma que favoreça o cliente e não desanime o jogador. John cita como exemplo as eleições presidenciais dos Estados Unidos. Na época, Barack Obama ainda detinha a terceira posição nas pesquisas de preferência do público. Foi então que sua equipe de publicidade garantiu uma boa divulgação em games da própria Electronic Arts, como a franquia Madden e NHL (esportes de muito sucesso nos EUA). “Definitivamente esta publicidade contribuiu para a vitória dele”, bem explica o senhor Riccitiello. Já imaginou a nossa presidente Dilma figurando espaço publicitário em um Pro Evolution?
Particularmente eu não vejo a publicidade como uma forma de prejudicar a qualidade final dos jogos uma vez que, quando bem explorada, tende inclusive a ganhar a atenção do jogador. Falo de publicidade expontânea dentro de um jogo de corrida, por exemplo, e não de publicidade obrigatória, como em um MMORPG que só lhe entrega aquele item especial caso você compre o energético de uma marca famosa com um NPC genérico.
Continuo sem entender uma única palavra em toda publicidade do prédio que fotografei em Seul. Porém, hoje vejo-o como um paralelo a um possível cenário para os jogos eletrônicos. Meu receio é que com toda essa visibilidade, os jogos eletrônicos se transformem em prédios como este, repleto de publicidade. Quando bem aplicada ela pode, sim, contribuir para que o cliente atinja seu usuário. Mas a publicidade em excesso pode causar a desatenção do jogador e, por consequência sua frustração tanto com o jogo quanto pelo anunciante.
E você? O que acha da publicidade nos jogos eletrônicos?
Fonte:TT

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